EXPANSÃO DO BIOPARK DE CHARLEROI07/06/2021
A Valônia vai acentuar liderança europeia no setor biotecnológico: o “Biopark de Charleroi” vai dobrar a superfície até 2024
Empresas brasileiras e cientistas brasileiros poderão beneficiar-se do projeto
É um história de êxito. Daquelas que entusiasmam o leitor. Afinal, uma conversão econômica de sucesso é possível.
Em 1999, no local que agora é um dos maiores hubs europeus na área da terapia celular e gênica, havia apenas campos de batatas e restos de uma indústria pesada que fez a riqueza da Valônia (Bélgica) no fim do século 19 até finais dos anos 60.
Pouco mais de vinte anos mais tarde, os campos de batatas tornaram-se num dois maiores aeroportos low cost da Europa e uma referência para além das fronteiras europeias no que diz respeito à pesquisa e à produção, relacionadas a terapia celular e gênica.
Tudo começou no final dos anos 90 quando houve a instalação, pela Universidade Livre de Bruxelas (ULB), de um centro de pesquisa biotecnológica. Depois disso, em 2004 e em 2009, surgiram os Institutos de Imunologia Médica (IMI) e o Instituto de Patologia e de Genética (IPG).
Em duas décadas, os 50 hectares do « Brussels South Charleroi Biopark » tornaram-se numa referência mundial. Representa 20% da produção europeia de material destinado às terapias celulares e gênicas. Hoje, o Biopark é o ecosistema mais importante da Europa no que diz respeito às terapias inovadoras. 3000 funcionários trabalham no biopark para inúmeras startups, empresas de pequena e grande porte e filiais de empresas estrangeiras, a maioria dos quais são pequisadores ou técnicos de laboratório. O biopark gerou no ano passado um volume de negócios de mais de 6,5 bilhões de reais .
Para poder acompanhar o crescimento do Biopark, a sua superfície vai ser duplicada até 2024, passando dos atuais 30.000 m2 para 60.000 m2. Com o apoio da Comissão europeia, uma escola europeia de 5.500m2 vai ser construída para a formação de futuros profisionais em biotecnologia.
Espera-se que atores internacionais da biotecnologia, entre os quais brasileiros, poderão beneficiar das oportunides oferecidas pela Biopark.
Para Rodrigo dos Santos A. Garcia, Conselheiro Econômico e Comercial da Valônia em São Paulo « Vários atores belgas e internacionais estabelecidos no Biopark estão abertos à colaborações com atores estrangeiros, incluindo os brasileiros. Um ecossistema tão grande como do Biopark de Charleroi pode contribuir muito para acelerar o processo de desenvolvimento do setor gênico e biotecnológico do Brasil, além dos financiamentos europeus e valões disponíveis. A associação de inúmeras e variadas competências no mesmo lugar, de um rico ecossistema e de financiamento, são chaves de sucesso ».